quarta-feira, 23 de junho de 2004


O PURO CHORO!
Sei lá... Acho que de vez em quando a gente precisa chorar, mas fazia tempo que eu não abria o berreiro de forma tão escancarada. O filme é lindo, é comovente, é poético, etc e tals, mas aconteceu alguma coisa além disso... Ele me pegou num mau dia, talvez. Ou então, pura e simplesmente, tocou em alguns pontos que estão meio fragilizados, embora eu não saiba aqui apontar quais são. Ou, mais provável, não queira perceber.
O fato é que saí da Academia meio zonza, parei no estacionamento e mal pude abrir a porta do carro antes de começar a soluçar convulsivamente. (Tadinho do moço do estacionamento, que além de não entender nada, ainda ficou com uma puta de cara de preocupado.) Após uns minutos de puro descontrole, respirei e ainda vim enxugando lágrimas pelo meio do caminho para casa.
Agora estou bem. Ou quase. Liguei pra mamma, fui devidamente consolada (obrigada, amiga!) e já consegui dar umas risadas. Mas ainda estou me perguntando o que foi que pegou tão forte... Será que eu tenho medo de morrer e não ter tempo de viver tudo o que quero? Bom, se for isso, posso me unir à maioria dos mortais, não?
Ou será que é algo relacionado a viver e não a morrer? Se for isso, realmente o nó está dado. O que eu quero? O que eu preciso para que minha vida seja realmente completa? O que será da minha vida, dos meus amores, das minhas conquistas, quando eu não estiver mais por aqui? Será que eu tenho medo de ser esquecida, de passar batido, de não deixar marcas e lembranças? ... É, talvez seja isso. Meio lúgubre pensar assim, não? Muito infeliz. Prefiro pensar que sempre vão lembrar de mim a cada champagne que for estourado, a cada festa que chegar ao amanhecer.
...
Se bem que tudo isso é besteira. Porque eu não vou morrer! Vou é virar purpurina e brilhar para sempre no rosto de alguma drag queen. E agora eu vou é dormir que amanhã o dia vai ser puxado. Fui!

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