terça-feira, 16 de outubro de 2007

SAGA
Olha, eu nunca tive medo de dentista não. Muito pelo contrário: sou daquelas pessoas que consegue relaxar com o barulho do motorzinho e até dá umas cochiladas na cadeira. E como eu já fiz um tratamento de canal, achei que tudo mais que pintasse seria fichinha. HA! É que eu não conhecia a modernidade odontológica. Veio o clareamento a laser e a cada sessão eu acho que meus dentes vão cair só de respirar. E agora a novidade foi o implante (daquele mesmo dente que teve o canal, o peste!). Mas deixa eu contar como é que foi....
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Primeiro, a pessoa passa a noite sonhando. Uma hora, que perdeu a consulta. Outra hora que são 10 hs da noite e ainda está na sala de espera. Nessas, passa a noite num aperreio só e acorda meio zonza.
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Toma banho, coloca roupa confortável, toma café da manhã reforçado, pega o metrô e ruma para o consultório da dentista. No meio do caminho faz uma boa ação e reza pra ser recompensada de imediato.
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Chegando lá, a dra., que é muito boazinha, vem, cumprimenta e apresenta um colega - especialista em implantodontia - que vai auxiliá-la. Segundo ela, "vai ser uma operação a quatro mãos". Até aí, tudo bem, que eu boto muita fé nela, porque título e recomendação a bicha tem de sobra. Achei foi chique o negócio.
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Aí eu entro na sala. Totalmente transformada! Nem parece o consultório do dia-a-dia. Virou um mini centro cirúrgico. E eles dois começam a falar naquela língua estranha que mistura um monte de palavras que eu nunca ouvi com letras e números aleatórios.
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Bom, começa a bagaça. Depois de me prepararem, vem a anestesia, que é dada de uma forma diferente da habitual. "É porque senão adormece o nervo". E eu cá comigo penso: "e isso é bom ou ruim?"
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Enfim, começa um repuxo daqui, outro dali, mede isso, mede aquilo, ploc, plact, plect e pluft. Determinada hora, ela fala pra mim: "Olha só! Não vai ser nem preciso um buco-maxilo-transfacial. Basta um gengivo-vestibo-lingual!"* E eu: "Ah, que ótimo... Whatever it means!"
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Mais uns 32 plocs e 43 placts, enfim tem um troço de titânio instalado na minha boca. Até ali, tudo bem. O problema foi quando o médico sismou de dar só mais uma apertadinha... Menino, o troço começou a doer, doer, doer tanto, que eu achei que minha cabeça fosse rachar e cair uma banda no colo de cada um. "É normal, é só a pressão!"
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Depois de uma merecida (até que enfim) anestesia capaz de aplacar a dor da presa de um mamute, o negócio por fim terminou. Sentei-me, meio zonza, ganhei uma bolsa de gelo que está na minha cara pregada até agora e tenho um dente novinho em folha. Voilá!
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Mas que depois me deu uma vontade de chorar, bem que deu...

* Obviamente não foi isso que ela disse, mas como eu não lembro, fiz uma compilação de alguns dos termos que eu aprendi.

3 comentários:

Anónimo disse...

Voltoooooooooooooouuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anónimo disse...

Amei o relato. principalmente pq estou na fila pra "implantar" uma "coisa" dessas na minha boquinha! Afa!

Princess Balla disse...

Clarita e Guiu!
Sejam bem vindos!

(num é que o puxão de orelha deu certo?!) ; )