segunda-feira, 13 de setembro de 2004

Insônia
Há muito tempo ela não aparecia. Há muito tempo eu não fico acordada sem querer. Ansiedade, vontade de gritar, de fugir, de colo de mãe. Queria não ficar pensando em tudo que tenho pra fazer ainda hoje e não ter todo esse desânimo me perseguindo. É como se fosse uma preguiça incurável que reveste cada minuto de mim. É não saber o porquê, não encontrar o sentido.
Os amigos, o cinema, o riso: fontes de distração e quando não preciso pensar, não preciso agir. Sinto-me a criança mimada, que não quer encarar, não quer fazer a lição de casa e faz birra contra o que não acredita. Maldição!
Essa inércia me constrange, deixa-me puta comigo e... ainda mais apática. A depressão é meu maior medo. Luto contra ela a cada segundo que posso ou então, simplesmente, fujo. Mas ela vem, acha-me, enrosca-se em mim, toma-me o rumo.
Quantas vezes nos últimos dias peguei-me pensando no que estou fazendo. Ou não fazendo. Sinto uma saudade louca do que não sou. Sinto falta de quem está longe, muito longe e nem tão longe assim.
Odeio ver esse dia que está raiando ali na varanda e o meu despertador que em breve vai tocar. Arre! Quem me dera poder voar para longe, para mais perto de mim, poder parar o relógio e, nesses segundos, encontrar-me, forçar-me a seguir mais confiante, mais segura, mais disciplinada, mais tranquila.
São as ações que não pratico a fonte do meu maior repúdio a mim mesma. Mas, porra! Onde é que eu acho saco pra fazer tudo isso? Onde é que eu encontro motivação para tanto? Cadê o mercado da auto-estima? Quanto é a dose do SOU-FODONA-PRA-CARALHO-E-FAÇO-E-ACONTEÇO? Parece que o meu frasco tá acabando. Só não pode ser muito caro esse elixir, porque a grana tá curta e saber disso me deixa ainda mais doente.

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